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O impacto ESG nas decisões dos investidores é tema de debate promovido pela XP Investimentos, que teve a participação da diretora de sustentabilidade da Proactiva, em parceria com a Grant Thornton

 

Assista aqui ao painel completo.

 

Donos do dinheiro: o posicionamento dos investidores na pauta ESG foi o tema do painel ESG promovido pela XP Investimentos, dia 10 de março, com a participação da diretora de Sustentabilidade e Finanças Sustentáveis da Proactiva, Dulce Helena Meldau Benke e de Marina Procknor, sócia do escritório de advocacia Mattos Filho. O debate abordou importantes questões sobre o presente e o futuro próximo do ESG no setor financeiro. 

Dulce lembrou que a pandemia demonstrou as ameaças que afetam a economia e a sociedade e o impacto econômico que provocam. “A abordagem ESG vem justamente para entendermos quais são os riscos não financeiros, ambientais, sociais e de governança”. Ela acredita que as empresas precisam conhecer profundamente os territórios em que atuam, seus riscos e como comunidades, serviços ecossistêmicos, dentre outros, são impactados pela empresa. “Existem muitos riscos, como o de estresse hídrico, por exemplo, que se não forem endereçados e cuidados, em médio e longo prazo, vão afetar a habilidade de produção da empresa”.

As pautas de governança e sustentabilidade já estavam bastante presentes no mercado, que passou a incorporar também os princípios dos direitos humanos. Atualmente, defende Dulce, há uma ampliação do olhar para a governança, com o questionamento de como a empresa entrega as questões com as quais se compromete. Com isso, gestores e investidores precisam aprofundar o conhecimento e ter maior clareza de como esse assunto entra na estratégia da empresa. 

A agenda ESG precisa ser bastante discutida, internalizada e ter o aval da liderança para fazer parte transversalmente da estratégia. “Quando a empresa traz esses fatores para sua estratégia, consegue entender se é um risco ou uma oportunidade”, destaca a diretora da Proactiva. Como exemplo, cita a questão das emissões de carbono, lembrando que a empresa que não endereçar emissões e não tiver compromisso com a redução poderá estar fora do mercado em curto e médio prazo. Por outro lado, a redução das emissões de carbono pode ser um ativo da empresa. O investidor precisa entender como os riscos são endereçados e mitigados.

 

“A agenda ESG não vem para diminuir retorno. Vem para diminuir o risco, inclusive os riscos financeiros”, alerta Dulce.

Adaptação do mercado

Marina acredita que muitos consultores de investimentos começam a entender como a gestão de riscos é um forte estímulo para alocar dinheiro em investimentos responsáveis. “O mercado acaba se adequando à demanda e ao que está sendo exigido dele. O investimento responsável deixa de ser um ônus e passa a ser um bônus”.

Dulce aponta dois grandes movimentos que estão servindo como vetores da agenda ESG: um movimento regulatório forte e a resposta do setor financeiro, que impacta diretamente as empresas. A regulação ganha impulso especialmente na União Europeia, que assumiu compromisso de carbono neutro até 2050, impulsionada também pela taxonomia verde, que aponta e classifica atividades que podem ser consideradas sustentáveis, demandando ações práticas para adequação dos portfólios. “Vemos a China, a segunda maior economia mundial, assumindo metas de descarbonização até 2060. Os Estados Unidos e o Reino Unido se pronunciaram esta semana sinalizando que ambos estão dispostos a se tornar carbono neutro até 2050”, exemplifica a diretora da Proactiva. “Em sua fala no Fórum Econômico Mundial deste ano, Larry Fink, CEO da BlackRock, disse que haverá uma grande realocação do capital em função dessas tendências e macro investimento. Vemos um grande movimento global nesse sentido, promovendo movimentos individuais e coletivos na sociedade. Cedo ou tarde – esperamos que em um curto ou médio prazo – o ESG esteja inserido nas estratégias de investimentos dos gestores”.

Tendências regulatórias

Em relação à possibilidade de promover melhorias regulatórias para estimular a pauta ESG, Marina defende que sempre há espaço para uma agenda regulatória que propicie avanços nessa temática, que melhore o ambiente de negócios e exija mais dos investidores, com informações para que gestores, consumidores e o público em geral entendam o que estão consumindo e no que estão investindo. “Nossa regulação é tímida, mas tivemos evolução nos últimos anos, que foram importantes. Com seu dever fiduciário, o gestor deve colocar a pauta para os clientes. Focar nessa pauta no médio e longo prazos trará melhores retornos não só para os clientes, mas para a sociedade como um todo”.

Influência dos donos do dinheiro

Dulce relacionou quatro possibilidades para que os investidores possam influenciar e estimular investimentos sustentáveis. 

 

> Integrar o ESG na gestão das empresas, possibilitando ao investidor avaliar os riscos.

> Engajamento dos investidores com a agenda ESG.

> Com investimentos temáticos, tendo foco em projetos e impactos específicos alinhados aos seus propósitos.

> Estratégia de desinvestimento, como as que estão sendo observadas, de empresas que são desinvestidas por não responderem às demandas e critérios ESG dos investidores.

 

Os investidores estão influenciando diretamente os conselhos e assembleias das empresas, exigindo que cumpram os compromissos assumidos, monitorem seus impactos e tenham transparência reportando alcances. 

Em relação aos investidores de varejo, a diretora da Proactiva citou ser essencial o que a XP Investimento vem realizando, a educação dos investidores na agenda ESG, levando conhecimento. 

Marina acrescentou um quesito relevante para o mercado brasileiro, que ainda tem muitas companhias controladas por seus fundadores, familiares ou blocos de investidores. “Esses controladores têm um papel forte nesse movimento das empresas em uma agenda mais sustentável, para influenciar o CEO, o CFO e toda a cadeia de colaboradores”.

A tendência do movimento do mercado foi confirmada pela diretora da Proactiva, que citou os dados do International Business Report (IBR), estudo realizado pela Grant Thornton em dezembro de 2020, com 5 mil empresários em 29 países sobre o otimismo em relação à economia nos próximos 12 meses. Das 250 empresas brasileiras participantes, 40%  já entendem que um dos benefícios de uma agenda robusta de sustentabilidade é o acesso ao mercado de finanças sustentáveis. “O Brasil está caminhando a passos largos”, conclui Dulce.

 

 

 

 

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