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O ESG e as mudanças no cenário dos stakeholders são temas de debate, promovido pela ESPM e Stakeholder Relations, com participação da Proactiva

 

A atuação dos stakeholders diante das mudanças provocadas pelo ESG esteve em pauta no painel Entendendo Stakeholders, realizado no dia 6 de abril, dentro do 2021 Stakeholder Capitalism Forum

O CEO da Proactiva, Rafael Benke, participou do debate junto com Marina Carvalho, da ESCIA Consultoria Internacional, e Carolina Pecorari, da Ambev, com moderação do professor Rodrigo Cintra.


 

De ‘stakeholders’ para ‘rightsholders’

Rafael Benke lembrou a relevância do conceito clássico de stakeholders, na medida que se desenvolve a inclusão e conexão de partes interessadas a assuntos em comum. “Quando trazemos o conceito, começamos a gerar conexões com a comunidade do entorno e a sociedade, incluindo consumidores, colaboradores, acionistas, todos integrados no ecossistema”, disse.

Na análise do contexto histórico, chamou atenção para o processo evolutivo, em que as empresas saem da postura hermética do passado e começam a se ver como parte desse ecossistema. “O capital está entrando nessa dinâmica como nunca antes na história, não como espectador, mas de maneira protagonista e definitiva”. O CEO da Proactiva explicou como a chegada do capital como um stakeholder protagonista altera o eixo temático da sustentabilidade, exigindo mais tangibilidade e tornando-o mais qualitativo e estratégico, com direcionamento não apenas ao lucro ou prejuízo, mas também aos riscos e oportunidades dos aspectos ESG. “A exigência vem agora do acionista ou investidor, que vai decidir o investimento ou o financiamento do empreendimento e avaliar o quanto as empresas estão aproveitando as oportunidades e prevenindo riscos em relação ao ESG.”

Rafael Benke ressaltou ainda a mudança de abordagem de stakeholders para rightsholders que começam a alterar o eixo em direção da relevância da comunidade e território, sob uma nova perspectiva e novo paradigma, não mais balizado e centrado na empresa.

Ele considera que a pandemia também ajudou a ampliar a visão e perceber que questões como a saúde pública, por exemplo, não podem ser isoladas – estão interligadas à operação da empresa e podem afetar diretamente a capacidade de operar. “Quando falamos sobre mudanças climáticas, neutralização do carbono e a necessidade de entender a influência dessas transições no negócio surge o questionamento de como se adaptar aos impactos. Para isso é preciso pensar a longo prazo. As coisas se interconectam e a pandemia veio alavancar toda a compreensão do ESG, da saúde pública, passando por questões sociais até mudanças climáticas”.

 

Empatia e visão além do lucro

“O que você faz para mudar e como está agindo para fazer um mundo melhor?” – foi o questionamento lançado por Carolina Pecorari. Ela frisou que quem segue seus próprios princípios e a ética nem sempre agrada todo mundo. “Acredito que as empresas precisam ter bem claros seus princípios éticos e sua cultura. Não existe mais o lucro a qualquer custo. Precisamos voltar a pensar no todo, em todos os stakeholders e nos impactos”.

Carolina Pecorari considera que do ponto de vista corporativo não se pode alocar gastos apenas no que vai gerar lucro e as decisões devem ser tomadas pensando além, levando em conta que toda ação tem impacto e considerando os colaboradores como um ponto importante. “Os colaboradores são o grande destaque no S do ESG, do social”, afirmou. “A empatia, palavra bastante usada por conta da pandemia, permite ver de outra perspectiva”.

 

 

O Estado como força motriz?

“Como fazer para que nossos stakeholders nos escutem? Como fazer com que o Estado escute os anseios e necessidades que vemos acontecer na vida das empresas? O Estado pode ser a força motriz, impulsionar o desenvolvimento, mas também pode ser freio”, avaliou Marina Carvalho, citando o fato de que há países em diferentes fases de amadurecimento e alguns, como o Brasil, ainda precisam se apropriar da agenda.

Ela citou exemplos de avanços de direitos humanos tanto na Europa quanto no Brasil, mas também situações contraditórias em nosso país. Trouxe ainda o caso da China em que empresas foram banidas por se posicionarem contra a compra de algodão de regiões com denúncias de trabalho forçado. “Como trazer o Estado para essa discussão, para que não deixe as empresas no meio desse conflito? A agenda tem que ser positiva de todos os lados”.

Outro ponto que Marina ressaltou foi o fato de que empresas e Estados precisam ter agenda a longo prazo, com metas estabelecidas e análise de métricas, independentemente das trocas de governo. “Existe um pulo do gato que vem sendo desenvolvido para criar mecanismos de eficiência em torno dessa discussão, para que os objetivos sejam claros e os impactos maximizados de forma tangível”.

 

 

Do foco restrito ao lucro para uma visão de valor compartilhado

“Toda atividade humana tem impacto e risco. Precisamos ter, como sociedade, a humildade de ver como se constrói a sustentabilidade de forma cada vez mais séria”, ponderou Rafael Benke, comentando ainda a importância da corresponsabilidade entre sociedade, Estado e setor privado.

Ele avaliou a evolução na área analisando que a empresa saiu do ponto em que considerava apenas o lucro e começou a pensar em filantropia, depois começou a entender o envolvimento com a comunidade no entorno. Passou então a compreender que a empresa tem um legado mais perene além do circunstancial até chegar ao ponto de trabalhar não apenas com seus próprios benefícios, mas em buscar entender como pode compartilhar valores com outros stakeholders. “Começamos a entender melhor como a empresa é uma peça de um conjunto maior e precisa se sentar à mesa para discutir as soluções. Os princípios orientadores da ONU para Empresas & Direitos Humanos trazem três pilares: o dever do Estado em proteger os direitos humanos e o da empresa de respeitar, mas de maneira ativa. O terceiro pilar é a remediação dos impactos e riscos de forma conjunta, na medida de suas capacidades e responsabilidades”, concluiu o CEO da Proactiva.

 

O Fórum teve como objetivo promover debates práticos e inclusivos sobre o tema. O evento, online e gratuito, foi realizado pela Stakeholder Relations e a ESPM, reunindo,  em três dias de debates, 60 painelistas e 15 curadores em 15 painéis.

Veja mais informações sobre o evento aqui.

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